Relatório Anual de Segurança Interna de 2022 mostra um crescimento de 50,6% dos crimes de delinquência juvenil.
Têm idades entre os 15 e os 25
anos, são leais entre si, residem no mesmo bairro e gostam do mesmo estilo de
música. Usam videoclips musicais, quase sempre com temáticas ligadas a gangs -
como vestuário, símbolos - e mensagens de apelo à vingança entre grupos para
difusão da rivalidade.
Este é o perfil do delinquente juvenil descrito no mais recente Relatório Anual de Segurança Interna, relativo a 2022, que traça um quadro assustador da criminalidade praticada por gangs de jovens, em especial na Área Metropolitana de Lisboa e com uma tendência de crescimento muito preocupante. Em 2022, as polícias receberam 1687 participações de crimes praticados por delinquentes juvenis, mais 50,6% comparativamente ao ano anterior. A PJ está a vigiar cerca de 700 membros, pertencentes a cerca de 30 grupos.
O relatório dá ainda conta do aumento da criminalidade grupal (mais 17,9% em 2022, face ao ano anterior), tendo as forças policiais recebido 5895 denúncias.
No geral, o RASI refere que as polícias receberam 13 281 participações de crimes violentos e graves, mais 14,3% do que em 2021. Destaque para a subida de 433% do crime de abuso de cartão de garantia ou de crédito, de longe a tipologia criminal que mais subiu.
Crimes por distrito em 2022
Lisboa continua a ser o distrito
com mais crimes registados, enquanto Bragança substituiu Portalegre como local
mais seguro.
Um estrangeiro que chegue a Portugal e faça um perfil da população residente com base no Relatório Anual de Segurança Interna de 2022 (RASI2022) poderá concluir que os portugueses são, em termos criminais, bêbedos ao volante e com propensão para a violência física, seja em casa ou na rua.
Uma leitura dos dados por distrito do documento que analisa a criminalidade no País revela que a violência doméstica está entre os três crimes mais vezes registados em todos os distritos e regiões autónomas, com exceção de Bragança e de Faro. Na mesma linha, a condução com uma taxa de álcool superior a 1,2 g/l está no top 3 dos crimes mais registados em 14 distritos.
Os crimes de ofensas à integridade física estão no topo da lista em 12 dos distritos ou regiões autónomas. Portalegre, devido a um aumento de 29,6% no número de crimes, deixou de ser o distrito mais pacífico. Esse título vai agora para Bragança, onde se registaram 3351 crimes. Neste distrito transmontano, o maior flagelo é o crime de dano, com 308 ocorrências.
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