15 de abril de 2024

Como manter a calma em situações de conflito

 Descobre como deves atuar em situações potencialmente perigosas sem entrares necessariamente num confronto físico.


Já era de noite quando a Vera Cardoso se apercebeu de que podia estar metida num grande sarilho: ao sair de um pavilhão da Cidade Universitária, em Lisboa, ouviu alguém gritar desesperadamente. Foi quando viu um rapaz de cerca de 14 anos a fugir de um grupo de cinco adolescentes.

Não havia ninguém à distância de um grito, e, consigo, Vera apenas transportava o saco de treino. Tentando deixar transparecer uma segurança que não sentia, Vera olhou cada um dos jovens nos olhos enquanto estes não deixavam de olhar para ela. Dissimuladamente, apertou e desapertou o saco contra o seu corpo para aliviar a tensão que sentia nos músculos, ao mesmo tempo que, também sem o mostrar, respirou fundo algumas vezes para se acalmar e pensar com mais clareza.

Pensou reconhecer um dos jovens: "Eu conheço-te, não é verdade?", perguntou-lhe sorrindo. “Não participaste naquele jogo de basquetebol que nós organizámos há poucas semanas?” Ele murmurou qualquer coisa.

"Bom estivemos agora mesmo a jogar", continuou Vera prudentemente, “mas imagino que este desporto não seja suficientemente duro para valentões como vocês.” Quanto mais ia falando, mais sentia a tensão diminuir, acabando por convencer os rapazes a abandonar o recinto desportivo. Depois, conduziu o jovem ameaçado para o seu carro e levou-o a casa.

Se, por um lado é verdade que Vera teve alguma sorte pelo facto de conhecer vagamente um dos elementos do grupo, o seu bom desempenho nesta situação baseou-se sobretudo num conjunto de técnicas de controlo de  stress aprendido nas aulas de defesa pessoal.

Desde sempre que existem pessoas, como no caso de polícias e seguranças que, nas suas profissões, enfrentam regularmente situações de conflito violento. Na sociedade atual, em que a violência faz parte do quotidiano, é caso para pensar no que se poderá fazer para gerir da melhor forma possível uma situação potencialmente perigosa em que nos possamos encontrar.

A verdade é que caso nos sintamos ameaçados, quer seja por um bêbado na rua ou por um condutor enraivecido, há muito que poderemos fazer para evitar um confronto físico. 

Não deixar de falar. No caso de estarmos perante uma pessoa zangada ou violenta podemos tentar acalma-la falando com ela. Ao fazê-lo de forma que a nossa voz alcance um tom baixo teremos boas hipóteses de mudar aquilo que o outro tenha em mente fazer.

Para além desta técnica nos permitir ganhar tempo, que pode ser utilizado para chamar a atenção de outras pessoas ou para melhor nos posicionarmos física e emocionalmente – sem inflamar ainda mais a agressividade do nosso interlocutor – com um pouco de controlo e habilidade o conflito talvez se possa dissolver.

Ouvir sem discutir. É frequente as pessoas gritarem devido à sua frustração ou medo. Isto pode acontecer nas mais diversas circunstanciam como no caso em que alguém está sob o efeito do álcool, droga ou com problemas emocionais. Nestas alturas pode faltar muito pouco para que elas partam para a violência. A forma desajustada como respondemos a estas situações pode desencadear um confronto bastante desagradável.

Quando se lida com uma pessoa furiosa, não é construtivo assumirmos uma atitude moralista. "Compreendo que se sinta muito zangado com isso" é, frequentemente, melhor resposta que dizer "Não gosto da maneira como está a falar comigo". Outra opção será simplesmente mostrar às pessoas o caminho mais prático: "Se não se acalmar não vou conseguir ajudá-lo".

Manter um tom de voz baixo e sem alterações enquanto se fala pausadamente, utilizando um vocabulário simples, é essencial para se inverter uma situação potencialmente perigosa.

Linguagem corporal apropriada. A nossa postura física pode fazer muito para transformar uma situação de tensão numa situação de violência ou de acalmia. O truque é transmitirmos uma imagem de autoridade, mas não autoritária.

É indispensável evitar as posturas agressivas (cruzar os braços, colocar as mãos nas ancas ou apontar o indicador) e os movimentos bruscos ou repentinos – situações que podem ser mal interpretadas. Dentro do possível procurar transmitir uma imagem de descontração e abertura. Olhar a pessoa nos olhos, mas evitar fazê-lo permanentemente, pois isso poderá parecer-lhe ameaçador.

Se a situação ameaça descambar em violência é melhor afastar-se calmamente sem deixar de olhar para a pessoa. Assim ela não pensará que está a assumir uma atitude de desprezo.

Numa situação de "luta ou fuga", as pessoas ficam tensas e começam a respirar com menor profundidade, fazendo que o oxigénio chegue menos ao cérebro. Esta situação desperta por sua vez uma reação em que as articulações e os músculos trabalham com maior eficiência. Assim, quando nos sentimos em dificuldades, é normal exibirmos uma linguagem corporal mais agressiva, pese embora o facto de nos estarmos a sentir assustados.

Respirar fundo algumas vezes e de forma discreta é uma boa ajuda. Ao fornecermos mais oxigénio ao cérebro, estamos a restaurar a circulação normal e a ajudar os músculos a movimentarem-se com maior à-vontade. E, acima de tudo, ajudamo-nos a nós próprios a pensar com maior clareza e a assumir um domínio mais consciencioso da situação.

Manter a distância. Quando as pessoas estão zangadas, necessitam de uma zona de segurança própria maior que nas outras situações. É aconselhável manter uma distância de pelo menos 1,5m. Se alguém nos quiser atacar, teremos assim mais espaço para nos esquivarmos, empurrarmos o agressor para trás ou aplicar técnicas de autodefesa.

O instinto de muitos homens é de não recuar se alguém lhes encosta a testa à sua. Isso é um erro grave. Por um lado estamos a marcar uma posição que ira conduzir a mais agressividade e por outro lado corremos o sério risco de sofrer uma inesperada e violenta "cabeçada". Uma das chamadas "técnicas sujas" frequentemente utilizada em luta de rua.

Outro ponto importante é evitar tocar ou colocar o braço em volta de um estranho enfurecido, uma vez que isso pode ser interpretado como um ataque.

Manter a distância (e a calma) é particularmente importante quando se conduz. Um grande número de pessoas já foi vítima de situações de violência no trânsito. O melhor a fazer, sempre que façamos algo de errado na estrada é levantar a mão de forma bem visível, pedimos assim desculpa aos outros automobilistas.

Imagem segura. Certificando-nos de que não humilhamos uma pessoa que nos ameaça na frente dos outros pode arrefecer uma situação de pré-confronto.

Um dos rastilhos mais comuns para as situações de violência grave de hoje em dia é quando alguém é impedido de entrar ou expulso de uma discoteca. Quando uma pessoa já bebeu uns copos, de certeza que não vai deixar que o humilhem à frente dos companheiros. E, com gente menos hábil, isso pode levar à violência. Quando alguém tem de ser expulso, é melhor tratar disso longe dos outros. Por exemplo, numa discoteca movimentada o segurança ou o porteiro pode dizer: "Não consigo ouvirNão se importa de vir comigo mais para este lado?"

Numa conhecida discoteca de Lisboa presenciamos a seguinte situação: um indivíduo embriagado estava a provocar alguns distúrbios o que fez com que tivessem de o expulsar. Apesar da confusão os seguranças conseguiram, com alguma habilidade, afasta-lo dos amigos. Então o chefe da segurança explicou-lhe que, como era um cliente regular, voltariam a deixá-lo entrar noutro dia se saísse a bem, mas que, se tivessem de o atirar lá para fora, nunca mais o deixariam entrar. Desta forma, tendo-lhe sido dada oportunidade para escolher por si, o homem acabou por sair voluntariamente.

Saber quando sair. Existem situações das quais as pessoas não conseguem sair pelo diálogo. Nestas circunstâncias uma estratégia de fuga é sempre preferível do que acabar por correr riscos desnecessários. Isto não significa cobardia mas sim que em função da situação (normalmente desproporcional para nós) escolhemos a opção mais inteligente.

No caso em que não existe outra hipótese a não ser lutar para se defender, pode ser utilizada uma estratégia que consiste em – quando o agressor menos esperar – atingi-lo rápida e energicamente com uma sucessão de golpes dirigidos para alvos vitais, como por exemplo: olhos, garganta, testículos e joelhos. A ideia é, no mínimo, fragilizar e confundir o agressor durante uma pequena fração de tempo, criando assim uma oportunidade que nos permita a retirada o mais rapidamente possível do local.

Mas tem em conta que, mesmo em tempos violentos como aqueles em que vivemos, as possibilidades de sermos atacados fisicamente podem ser reduzidas. Se soubermos tomar algumas precauções em termos de prevenção e desenvolvermos uma estratégia de gestão de conflitos apropriada, os riscos serão bem menores.

Não esperes que aconteça algo de perigoso para "exercitares" as tuas atitudes e a maneira como controlas o stress em situações de conflito. É precisamente no dia-a-dia das nossas relações com os amigos, colegas, familiares ou mesmo estranhos, que podemos trabalhar a forma como reagimos aos pequenos conflitos inerentes a todas a relações. Esse investimento também faz parte do nosso crescimento como pessoas e vai colaborar seguramente para nos ajudar, caso algum dia o inesperado aconteça.




SUGESTÕES DE LEITURA




"Por muito prósperos e felizes que sejamos, haverá sempre momentos na nossa vida em que o conflito será inevitável. Seja no trabalho ou na nossa vida social e familiar, a discórdia, a pressão e a inimizade acabam sempre por se manifestar e gerar em nós sentimentos negativos, de frustração, raiva e vergonha. No entanto, todas estas situações têm potencial para ser uma fonte de aprendizagem e crescimento únicos. Para tal, temos de aprender a lidar com o conflito e a ultrapassá-lo com serenidade.

Neste livro, Dale Carnegie, mestre incontestado do desenvolvimento pessoal e profissional, ensina-nos a abordar estas situações com o tato que exigem, a conhecermo-nos melhor, a controlar as nossas emoções e a compreender o nosso oponente, identificando as suas motivações e objetivos.

A partir de um conjunto de técnicas chave, aprendemos a negociar com eficácia, a preparar argumentos para uma discussão, a defender o nosso ponto de vista e a chegar a compromissos, para que ambas as partes se sintam consideradas e atendidas. Todos teremos de resolver conflitos e lidar com pessoas difíceis ao longo da nossa vida. O ideal é sabermos como fazê-lo."





19 de março de 2024

PONTOS VITAIS: ALVOS EM MOVIMENTO

 Mais tarde ou mais cedo, em todas as aulas de autodefesa surge a pergunta: “- Quais são os melhores pontos vitais para incapacitar um atacante?”


Muito se tem escrito sobre isto. Existem livros ótimos sobre este tema, analisando com um pormenor invejável (chegando a um nível anatómico absolutamente clínico) o corpo humano, as suas partes mais vulneráveis e até os diversos modos de as percutir com toda a eficiência. Todavia, e se bem que tenham bastante interesse, todos eles cometem um pecado que se pode tornar “mortal” ... para o praticante, é claro!!!

O facto é que todos eles são bastante pormenorizados, até demais. Uma coisa é analisar, experimentar e procurar um ponto anatómico no sossego, conforto e segurança duma aula, e outra muito diferente fazê-lo durante um confronto, sob a influência direta duma das mais fortes drogas conhecidas pelo homem... a adrenalina!!!


Seja qual for a arte marcial que praticamos, e muito em especial se o nosso objetivo é a eventual aplicação prática dos nossos conhecimentos (falo da autodefesa), devemos sempre contar com esse grave obstáculo: as palpitações na garganta e na cabeça, as tonturas, a desorientação, a dificuldade em raciocinar e em tomar a iniciativa, a “visão de túnel”, a tendência para “congelar”, enfim, todos os sintomas que compõem este síndrome – a ansiedade e medo que nos assalta quando nos vemos obrigados a enfrentar um adversário que não nos deixa outra alternativa senão lutar para sobreviver.

A não ser que a violência constitua o cerne da nossa vida e atividades, este estado é algo que afeta todos os seres humanos. A famosa reação de stress de Hans Selye (fuga ou luta), por ser automática, não nos transforma em súper - heróis, prontos e aptos a derrotar quem quer que seja!  O corpo é constituído de tal forma que reage deste modo, de forma a otimizar o nosso desempenho caso optemos por qualquer destas duas alternativas: o aparelho gastrointestinal é “desligado”, podendo ir ao ponto de interromper uma já iniciada digestão; o sangue abandona as partes “dispensáveis”, concentrando-se nas prioritariamente mais importantes; a respiração torna-se mais profunda e rápida, de modo a garantir o incremento da oxigenação. Mas a decisão final (escolher defendermo-nos) é connosco. E, se formos incompetentes neste campo (o que é muito vulgar), o resultado não será nunca famoso.

Já noutro artigo, foquei a importância de um treino adequado e tão “real” quanto possível, por isso não vou insistir neste ponto. Direi apenas que o estudante de autodefesa deve estar treinado para, quando essa decisão se justificar e surgir, não esperar mais (isso seria reagir, o que faria o praticante hesitar); assim, toda e qualquer análise da situação passa para segundo plano, impondo-se apenas a segunda fase: escolher os pontos vitais mais adequados (os “alvos”) e proceder de modo a atingi-los, uma e outra vez, até incapacitar o agressor.

Em consequência da incessante insistência em “bloquear” e “defender” das artes marciais clássicas, e da omnipresente programação que a sociedade nos apresenta desde que nascemos (não fazer mal, não agredir, não bater), a nossa mente tenta habitualmente proteger-nos, reagindo ao que acontece à nossa volta, em vez de nos ajudar a derrotar um atacante. É por isso que em geral nos atrapalhamos e hesitamos quando temos de enfrentar situações violentas.

O componente crítico que liberta a nossa capacidade de nos socorrermos de todas as oportunidades durante um combate está não só no treino do corpo, como foi indicado anteriormente, mas igualmente num treino correto da mente. Dá a esta uma ordem incorreta, ou a que não esteja habituada/adaptada (como bater fortemente na face ou nos genitais de alguém) e ela hesitará; a hesitação causa medo; o medo faz com que tu “congeles”. E isto, numa luta iminente com um atacante violento que te pretende agredir, é desastroso.

Respondendo à pergunta inicial (quais os melhores pontos vitais/ alvos a atingir durante um confronto): Os melhores alvos serão os mais acessíveis à nossa posição e situação específica.


Certa vez uma aluna de um instrutor de autodefesa procurou-o, muito perturbada; tinha sido assaltada. Contou que, enquanto se achava dentro do carro com o seu marido, viram-se na necessidade de parar num sinal. Como tinha descurado a precaução de trancar as portas, um motociclista abriu a do seu lado e agarrou o seu computador portátil, puxando-o e tentando arrancar-lho das mãos. Reagindo instantaneamente, ela atacou o primeiro alvo que viu: a correia de segurança do capacete dele, agarrando-a e batendo-lhe com a cabeça forte e repetidamente contra a carroçaria da porta. Aturdido, o homem largou o computador e fugiu, ao mesmo tempo que o marido metia mudanças e os levava dali.

O problema dela, e o que a perturbava muito, não era ter falhado, mas sim não ter sido capaz, no calor do momento, de escolher um alvo “melhor, mais eficiente” para concentrar o seu ataque!

Claro que poderia haver outros alvos a ser utilizados, e cada qual poderia analisar a situação à sua maneira, chegando a conclusões diferentes, mas o mais importante é que os alvos escolhidos por esta mulher cumpriram perfeitamente o seu objetivo. Assim, a resposta à pergunta colocada é realmente esta: os melhores alvos são os que conseguimos atingir do modo mais fácil, rápido e contundente para o nosso adversário.

Grosso modo, as áreas mais sensíveis (e mais fáceis de atingir) do corpo humano são: olhosnarizgarganta e genitais. Há outros (joelhos, canelas, peito do pé, fígado, rins) mas acontece que são mais difíceis de atingir de modo eficaz, pois ou são mais pequenos ou estão mais bem defendidos pela sua disposição e constituição do corpo humano. Os alvos prioritários acima mencionados, pela sua situação, são facilmente acessíveis, praticamente desprotegidos por músculo ou osso e muito, muito sensíveis.


De qualquer forma, a escolha dum alvo depende muito da situação e da tua especificidade (acesso aos alvos, posição do atacante e do defensor, força e destreza do segundo, possibilidade de preparação, etc).

E atenção: se escolheres os teus alvos a priori, condicionando-te a reagir sempre do mesmo modo a um dado ataque (o grande defeito da maior parte dos métodos de autodefesa), isso vai limitar-te extraordinariamente; ao tentares prever os alvos que estarão disponíveis num conflito violento estarás sempre em desvantagem, pois este é um fator que vai sempre variar infinitamente.

Há inúmeros alvos no corpo humano, que podem causar uma resposta previsível quando golpeados com mais ou menos força. O melhor deles é... aquele que mais facilmente podemos atingir. É por isso que deves estudar os sete pontos prioritários, para os conheceres e poderes utilizar se a isso fores obrigado.

Assim: 

1º – Decide atacar; 

2º – Vê que alvos estão acessíveis; 

3º – Ataca-os até os atingires. 

4º – Continua o ataque até o agressor ficar incapacitado e/ ou tu conseguires fugir. 

5º – Foge!!!





Versão 2. Artigo escrito originalmente em 2016, agora revisto e aumentado.






6 de dezembro de 2023

Compras de Natal em Paz e Segurança

 Na maioria dos Centros Comerciais há um elevado e ao mesmo tempo discreto sistema de segurança que, não só envolve pessoas com formação adequada para o efeito, mas também o apoio de sofisticados sistemas eletrónicos próprios desta nossa era digital. Como consequência, o aspeto da segurança aliado ao conforto proporcionado por uma grande e diversificada oferta comercial, acaba por estar na base de um aumento, cada vez maior, de pessoas a estas grandes superfícies. Especialmente em determinadas alturas do ano, como é o caso das festividades natalícias. O facto é que o cidadão, pelo menos em termos de segurança, sente-se assim mais tranquilo do que nas lojas do comércio tradicional.



Apesar da segurança inerente a esses locais e de não haver um registo relevante de crimes, eles não estão isentos de problemas. A realidade é que os furtos, os roubos e outros conflitos de natureza criminosa também existem nesses espaços. 
 
Para não seres alvo de uma experiência desagradável é importante observarares alguns cuidados a ter quando vais fazer compras a locais com grande concentração de pessoas. Em termos de segurança pessoal, a tua maior arma (e também a da tua família) é a PREVENÇÃO. Ou seja, a capacidade de te antecipares a situações potencialmente perigosas.

Os comportamentos de segurança que vais observar de seguida, são para serem colocados em prática com a dose adequada de bom senso. Não precisas de te transformar num fanático da segurança. Apenas precisas saber que em determinadas situações deves atuar preventivamente e com sabedoria.


Assim, toma nota:

                                                         
● Roupas e objetos  Procure vestir-te de forma simples. Evita usar relógios caros e joias que despertem a atenção de olhos indiscretos. Leva apenas os documentos necessários. Se possível, opta por uma pequena bolsa tipo mochila (que deve ficar na frente e não nas costas) com alças seguras.

Tem cuidado com o teu telemóvel. Não andes com ele pela mão como uma criança. E já agora, não fiques vulnerável quando estás a falar ao telefone, não te desligues do mundo. Para além de ti e da pessoa com quem estás a falar, existe mais vida…e que vida!!! (O mesmo se aplica quando ouves música com os auriculares nos ouvidos).

● Compras – Evita ao máximo a utilização de dinheiro em espécie. Prefere pagar as tuas contas com cartão. Separe uma quantia de dinheiro para pequenas compras como café, transportes, etc.
  Antecipe as tuas compras para dias e horários de menor movimento.

● Andar nas ruas – Quando estiveres a andar nas ruas, verifique se estás sendo seguido ou observado por alguém. Se achares que estás nessa situação, inverta o sentido do seu percurso ou entra num estabelecimento qualquer. Evita também passar perto de aglomerações e grupos suspeitos. Se necessário, passa para o outro lado da rua.

● Multibanco – Se tiveres que levantar dinheiro sê prudente e está atento ao ambiente que te cerca. Sê discreto ao guardares o dinheiro. Lembra-te: a partir desse momento não és só tu que sabe que transportas dinheiro.

● Assalto à loja – Se ocorrer um assalto numa loja quando estiveres às compras, não tentes correr ou reagir. Obedeçe a tudo que os assaltantes mandarem, assim evitarás reações perigosas e eles sairão rapidamente. O máximo que podes perder são uns trocos e os documentos que tinhas contigo, além dos cartões que podem ser rapidamente cancelados por telefone.

● Carro – Procure estacionar a tua viatura num parque, é sempre mais seguro e prático para o transporte das tuas compras. Se estacionares na rua e com orientação de um arrumador deves dar sempre uma pequena gratificação. É mais seguro!!! Não é preciso lembrar, mas já agora, nunca deixes objetos de valor à vista… 

● Crianças – Nesta altura os Centros Comerciais estão cheios de gente e de coisas que chamam a atenção especialmente de crianças. Se estás a fazer compras acompanhado de crianças, então nunca as percas de vista. Combine com elas o que devem fazer (e o que não devem fazer) no caso de se perderem. Não te esqueças que uma criança pequena deve ter sempre consigo elementos que a possam rapidamente identificar e facilitar o contacto imediato com os pais ou outros parentes. Por exemplo, um papel ou cartão com o nome a morada e o telefone.


E não te esqueças, a prevenção é sempre a tua melhor defesa!!!



18 de agosto de 2023

Não Há Desculpas para a Violência Doméstica (Nova campanha)

A Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), organismo do Estado responsável pela promoção e defesa do princípio da igualdade entre mulheres e homens, acaba de lançar a campanha “Não Há Desculpas para a Violência Doméstica”. Essa campanha tem como objetivo alertar para as desculpas que a pessoa agressora utiliza para se desresponsabilizar dos seus atos, negando e/ou banalizando a violência.

Em Portugal, registaram-se mais de 30 mil denúncias de violência de género em 2022 e no primeiro semestre deste ano o número já ultrapassa as 14 mil. Esses números são alarmantes e mostram que a violência doméstica é um problema que não pode ser ignorado.

A campanha da CIG destaca que a agressão é sempre uma escolha e que não existem desculpas para uma pessoa ser violenta com outra. Algumas das desculpas mais comuns são ciúmes, álcool e desafiar a “autoridade”. Essas desculpas são usadas para desculpabilizar a violência e fazer com que a vítima se sinta culpada pelos seus comportamentos.

É importante lembrar que agredir é sempre uma escolha da pessoa que usa a violência para se impor, controlar ou provocar medo e dano à vítima. É fundamental combater esse comportamento e denunciar os casos de violência doméstica.

A RNAVVD – Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica está presente em todo o país e no 2.º trimestre de 2023, acolheu 1450 pessoas. Dessas, 52% eram vítimas adultas (98% mulheres e 2% homens) e 48% eram dependentes a cargo (maioritariamente crianças e jovens que, por questões de segurança, acompanharam as suas mães).

Para combater a violência doméstica, é fundamental que cada pessoa denuncie os casos de agressão. Em Portugal, a violência doméstica é um crime público que deve ser combatido e denunciado por todos. Para obter ajuda, denunciar ou pedir informações sobre violência doméstica, estão disponíveis as linhas de apoio gratuitas – 800 202 148 e a Linha SMS 3060.

Não podemos ficar indiferentes à violência doméstica. É fundamental que cada um de nós faça a sua parte para combater esse problema e garantir que todas as pessoas possam viver em paz e segurança em suas casas. A campanha “Não Há Desculpas para a Violência Doméstica” da CIG é um importante passo nessa direção e deve ser apoiada por todos nós.



O Projeto de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica do Núcleo de Defesa Pessoal de Lisboa oferece um programa focado no aprimoramento das habilidades de autodefesa e segurança pessoal. Esse programa está aberto a todas as pessoas, incluindo aquelas que enfrentam desafios económicos. Para mais informações e inscrições, entre em contacto connosco por telefone, WhatsApp ou e-mail. Estamos aqui para ajudar.




31 de julho de 2023

O que fazer se a casa for assaltada?

A Prosegur criou um documento onde aconselha  os passos a adotar no caso de assalto na habitação. A empresa escreve em comunicado que “a preocupação com a segurança da casa é constante para muitos portugueses, pelo que a primeira coisa a fazer é tomar medidas preventivas”.

A Prosegur destaca como passo essencial a criação de “um inventário do que se tem em casa. Esta medida é pouco utilizada, mas muito importante”. De acordo com os especialistas em segurança, é aconselhável fazer um inventário dos objetos de valor que temos em casa e documentá-los com fotografias. Em muitos casos, os objetos roubados são recuperados, mas se não houver um relatório com uma fotografia, é muito difícil saber a quem pertence cada objeto recuperado e devolvê-lo ao seu proprietário.

Em segundo lugar, a Prosegur aconselha reforçar a segurança da casa. “A prevenção é fundamental para evitar ser vítima de um roubo ou de uma ocupação. É importante identificar os pontos fracos da segurança da casa e reforçá-los. Neste sentido, recomendamos considerar a possibilidade de contratar um sistema de alarme ou instalar uma porta blindada e barras nas janelas. Tudo isso ajudará a proteger melhor a casa”, escreve a empresa em comunicado.

Na hipótese de ser alvo de um assalto em casa, os especialistas de segurança da Prosegur Alarms detalham os passos a seguir: 

• Não entrar em casa. Se, ao chegar a casa, verificar que a porta está aberta, que há sinais de arrombamento da fechadura ou que há uma janela partida, não deve entrar. Além disso, se o proprietário suspeitar que os assaltantes ainda estão dentro da casa, é importante evitar um confronto.

• Chamar a polícia. As autoridades encarregar-se-ão de tomar as medidas necessárias. Enquanto esperam, as vítimas do assalto podem tirar fotografias e fazer vídeos, sempre a partir de um local seguro.

• Não mexer em nada. No caso de entrar em casa enquanto espera pela chegada da polícia, evite tocar ou mover objetos, pois isso pode alterar o cenário. A polícia irá examinar o local para encontrar impressões digitais ou qualquer outra pista que possa ajudar a encontrar os intrusos.

• Fazer uma lista de todos os objetos roubados. Quando for possível aceder à casa em segurança, é essencial examinar cada divisão e fazer uma lista tão completa quanto possível de tudo o que foi roubado ou danificado. Se tiver o inventário que fez anteriormente, deve incluir fotografias e, se disponível, faturas ou documentos que comprovem os artigos roubados.

• Apresentar queixa. Deve apresentar queixa o mais rápido possível. Uma vez formalizada a queixa, é importante guardar o número de referência para que a companhia de seguros, caso tenha um seguro de recheio contratado, possa processar o pedido de indemnização.

A Prosegur Alarms lançou uma proposta de proteção 360º que inclui a segurança física do lar, através de alarmes e do serviço VigilantePremium (segurança motorizada); segurança pessoal, com o serviço ProsegurContiGo; e segurança digital, protegendo a rede Wi-Fi do cliente e os dispositivos conectados.


23 de julho de 2023

Como reconhecer uma nota falsa

Para saber se uma nota é verdadeira, toque, observe e incline a nota. O papel de uma nota verdadeira é mais firme e faz mais barulho. As pontas têm pequenas linhas impressas em relevo, que facilitam o reconhecimento para pessoas com dificuldades visuais. A tinta é mais densa no principal elemento gráfico da nota, nas inscrições, nos números maiores e nas iniciais do Banco Central Europeu (BCE).

Por exemplo, se observar uma nota de 20 ou de 50 em contraluz, a janela (ou pórtico) que está na parte de cima da banda holográfica prateada fica transparente e mostra uma imagem da deusa Europa. Ao inclinar, a banda revela duas áreas brilhantes e a imagem da deusa aparece no outro lado da nota, de forma mais esbatida e acompanhada do elemento gráfico principal com o valor da nota. A banda holográfica com retrato muda de cor nas notas de 50, 100, 200 e 500 euros.

Mais abaixo, em todas as notas, vê-se o número que corresponde ao valor, que passa de verde-esmeralda para verde-escuro, consoante a inclinação.

Procure o filete de segurança negro de alto a baixo, a meio da nota. Incline-a para ver o número 50 a passar de verde-esmeralda a verde-escuro. A banda prateada deve mostrar a deusa Europa.

Ao colocar uma nota numa superfície escura, as áreas claras ficam mais escuras e o holograma fica imediatamente visível.

O filete de segurança inclui uma linha escura que atravessa a nota de alto a baixo, quase a meio. Essa linha contém pequenos símbolos do euro e o valor.

Há outros elementos de segurança, mas só são visíveis com lâmpadas especiais ou infravermelhos.

Em caso de dúvida, compare a nota inspecionada com uma nota que saiba ser verdadeira e verifique se há diferenças. Se mesmo assim, não ficar descansado, apresente a nota suspeita numa das tesourarias do Banco de Portugal ou num balcão de outro banco onde lhe serão prestados todos os esclarecimentos.


A nota é falsa: o que fazer

Se receber uma nota falsa, tente recordar a fisionomia e nome da pessoa que lha entregou e as circunstâncias em que isso aconteceu. Foi uma loja ou numa banca do mercado, por exemplo? Com esses dados na memória, contacte a PSP ou a GNR, o Banco de Portugal ou outro banco e relate o que lhe aconteceu. Contudo, tenha em mente que não será ressarcido do valor nem receberá outra nota em troca.

Não repasse a nota a ninguém. Se o fizer com intenção, está a praticar um crime segundo o artigo 265.º e seguintes do Código Penal, que pode dar uma pena de prisão até três anos.


Elementos de segurança das notas de euro



29 de maio de 2023

Como Cuidas da tua Segurança Pessoal?

O que fazes para cuidar da tua segurança pessoal e dessa forma te encontrares mais segura e longe de situações potencialmente indesejáveis?

Sabias que podes melhorar as tuas capacidades em termos de autoproteção ao adotares um conjunto de medidas e práticas que te ajudam a evitar possíveis ameaças e riscos à tua integridade física, mental e emocional?

Isso passa por adotares hábitos seguros, estares ciente do ambiente que te rodeia, reconheceres situações potencialmente perigosas, evitares comportamentos de risco, e até saberes como procurar ajuda das autoridades competentes quando necessário, entre outras práticas.

Hoje em dia é fundamental que assumas a responsabilidade pela tua própria segurança e tomes medidas proativas para te protegeres, isso significa também aprenderes técnicas de autodefesa que preparam a tua mente e o teu corpo para eventuais situações complicadas…

Deixo-te aqui três princípios básicos de autoproteção que precisas ter em mente:

1. Consciência do meio envolvente: Isto significa estares ciente do ambiente ao teu redor, incluindo possíveis ameaças e riscos. Envolve prestar atenção aos arredores, observar padrões de comportamento incomuns e reconhecer situações potencialmente perigosas.

2. Prevenção: A prevenção é a chave para a autoproteção. Isso inclui adotar hábitos seguros, como trancar portas e janelas facilmente alcançáveis, evitar áreas perigosas e estar alerta em locais públicos. É importante também evitar comportamentos de risco, como andar sozinha em áreas isoladas ou expor informações pessoais a estranhos.

3. Ação: Em último caso, a ação pode ser necessária para te protegeres. Isso pode significar teres que recorrer a técnicas de defesa pessoal ou procurares ajuda de autoridades competentes. É importante compreenderes que a ação deve ser proporcional à ameaça e que a segurança pessoal deve ser a tua prioridade em todas as situações.

O conhecimento de técnicas básicas de autodefesa pode ajudar-te a aumentar a confiança em ti próprio, assim como a tua segurança pessoal. Considera a possibilidade de frequentares um programa de defesa pessoal para aprenderes a proteger-te em situações de perigo.