O seu nome é
Sara Pelicano, apareceu para fazer uma aula experimental, vinha com aquela
determinação e curiosidade próprias dos jornalistas e queria saber, afinal, o que é isto da
defesa pessoal… Gostou e acabou por se inscrever no programa de formação.
Passado alguns meses de treino, brinda-nos hoje com um artigo da sua autoria
onde nos transmite o seu feedback sobre a sua experiência nas aulas de
autodefesa. O seu objectivo é claro, encorajar aqueles que ainda estão a pensar se devem juntar-se ou não à classe de estudantes do Núcleo de Defesa Pessoal de Lisboa.
Uma tarde de
Verão incrível e mais um dia de trabalho que termina. O ponteiro do relógio
está nas 19 horas e faltam poucos metros para chegar à porta de casa. A rua está
vazia, muita gente já de férias – o Verão tem destas coisas na cidade. A sola
dos sapatos raspa o alcatrão quente e este é o único som que se ouve. Aos meus
passos, juntam-se outros, os de um homem, com calça e camisa aprumadas. Uns 40
anos. Nada demais!
Os passos
dele aproximam-se rapidamente. Reacção imediata: acelero o passo. Ele faz o
mesmo. Quanto mais rápido quero andar, menos parece que o corpo reage. O mundo
à volta, parece desaparecer. Os passos dele continuam a aproximar-se. A minha
respiração descontrola-se, o estômago contorce-se. Há medo em mim e uma
questão: como me defender?
O homem, de
aspecto completamente insuspeito, corre para mim. Eu corro para me afastar
dele, mas apanha-me. Ergue-me no ar e geme. Grito profundamente. Larga-me e
corro... corro... corro. Entro por fim em casa. Estou a salvo, nem sei bem
como. E fica um vazio...
Esta
história é ficcional, mas poderia ser realidade. E a questão que me coloco
sempre que a imaginação flutua, ou que sinto uma pontinha de medo, é: Como me
defender?
Formulei
mais ou menos a mesma questão no Google e obtive a resposta: Núcleo de Defesa
Pessoal de Lisboa (NDPL). Explorei o site e o blogue. Coloquei dúvidas por
email e obtive resposta clara e rápida. A minha decisão não foi difícil de
tomar.
Na mesma
semana em que descobri o NDPL, fiz a minha aula de teste e inscrevi-me. O
ambiente é descontraído, as aulas quase personalizadas. O Luís, o professor,
está atento a cada um dos alunos, o que transmite uma noção clara da
aprendizagem que conseguimos ter em cada aula, ao mesmo tempo que se trabalha
corpo e mente.
Passaram-se
poucos meses desde o início das minhas aulas de defesa pessoal e sinto já
alguma confiança. A noção da arma potente que cada parte do nosso corpo pode
ser e a forma como, com pouca força, podemos lançar ao chão um adversário são
conhecimentos já adquiridos e que dão alguma confiança na hora de sair de casa.
As
simulações de diferentes situações de perigo são um auxílio importante na
aprendizagem, sempre com a voz tranquila do Luís a guiar-nos em cada movimento
que se quer que seja o mais instintivo possível.
As aulas de
defesa pessoal são acessíveis fisicamente, até para pessoas que praticam pouco
desporto (ou mesmo nenhum), mas não são fáceis e requerem empenho e dedicação.
Contudo, à medida que conseguimos executar as técnicas com perfeição, torna-se
entusiasmante.
Desligando a
cabeça do fim último que as aulas podem ter, poder dar alguns murros no saco de
boxe no final do dia, torna-se também uma excelente terapia anti-stress.
Há muito
para aprender em cada aula e muito para aprimorar a cada dia, mas é recompensador
conseguir ter uma resposta para: Como me defender?
Ah, sim! De
referir que o preço – muito acessível – é também o auxílio à participação
nestas aulas, possivelmente muito mais profissionais do que muitos ginásios,
pagos a peso de ouro.
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