9 de abril de 2016

MAIS QUE SABER DEFENDER, É TER SEGURANÇA!

O seu nome é Sara Pelicano, apareceu para fazer uma aula experimental, vinha com aquela determinação e curiosidade próprias dos jornalistas e queria saber, afinal, o que é isto da defesa pessoal… Gostou e acabou por se inscrever no programa de formação. Passado alguns meses de treino, brinda-nos hoje com um artigo da sua autoria onde nos transmite o seu feedback sobre a sua experiência nas aulas de autodefesa. O seu objectivo é claro, encorajar aqueles que ainda estão a pensar se devem juntar-se ou não à classe de estudantes do Núcleo de Defesa Pessoal de Lisboa.


Uma tarde de Verão incrível e mais um dia de trabalho que termina. O ponteiro do relógio está nas 19 horas e faltam poucos metros para chegar à porta de casa. A rua está vazia, muita gente já de férias – o Verão tem destas coisas na cidade. A sola dos sapatos raspa o alcatrão quente e este é o único som que se ouve. Aos meus passos, juntam-se outros, os de um homem, com calça e camisa aprumadas. Uns 40 anos. Nada demais!



Os passos dele aproximam-se rapidamente. Reacção imediata: acelero o passo. Ele faz o mesmo. Quanto mais rápido quero andar, menos parece que o corpo reage. O mundo à volta, parece desaparecer. Os passos dele continuam a aproximar-se. A minha respiração descontrola-se, o estômago contorce-se. Há medo em mim e uma questão: como me defender?

O homem, de aspecto completamente insuspeito, corre para mim. Eu corro para me afastar dele, mas apanha-me. Ergue-me no ar e geme. Grito profundamente. Larga-me e corro... corro... corro. Entro por fim em casa. Estou a salvo, nem sei bem como. E fica um vazio...

Esta história é ficcional, mas poderia ser realidade. E a questão que me coloco sempre que a imaginação flutua, ou que sinto uma pontinha de medo, é: Como me defender?

Formulei mais ou menos a mesma questão no Google e obtive a resposta: Núcleo de Defesa Pessoal de Lisboa (NDPL). Explorei o site e o blogue. Coloquei dúvidas por email e obtive resposta clara e rápida. A minha decisão não foi difícil de tomar.

Na mesma semana em que descobri o NDPL, fiz a minha aula de teste e inscrevi-me. O ambiente é descontraído, as aulas quase personalizadas. O Luís, o professor, está atento a cada um dos alunos, o que transmite uma noção clara da aprendizagem que conseguimos ter em cada aula, ao mesmo tempo que se trabalha corpo e mente.

Passaram-se poucos meses desde o início das minhas aulas de defesa pessoal e sinto já alguma confiança. A noção da arma potente que cada parte do nosso corpo pode ser e a forma como, com pouca força, podemos lançar ao chão um adversário são conhecimentos já adquiridos e que dão alguma confiança na hora de sair de casa.



As simulações de diferentes situações de perigo são um auxílio importante na aprendizagem, sempre com a voz tranquila do Luís a guiar-nos em cada movimento que se quer que seja o mais instintivo possível.

As aulas de defesa pessoal são acessíveis fisicamente, até para pessoas que praticam pouco desporto (ou mesmo nenhum), mas não são fáceis e requerem empenho e dedicação. Contudo, à medida que conseguimos executar as técnicas com perfeição, torna-se entusiasmante.

Desligando a cabeça do fim último que as aulas podem ter, poder dar alguns murros no saco de boxe no final do dia, torna-se também uma excelente terapia anti-stress.

Há muito para aprender em cada aula e muito para aprimorar a cada dia, mas é recompensador conseguir ter uma resposta para: Como me defender?

Ah, sim! De referir que o preço – muito acessível – é também o auxílio à participação nestas aulas, possivelmente muito mais profissionais do que muitos ginásios, pagos a peso de ouro.



(Jornalista e estudante de Defesa Pessoal)




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