Ir para uma casa que já conhece ou recorrer aos contactos de amigos podem ser formas de evitar burlas. Saiba os cuidados a ter quando procura casa para férias.
Para evitar dissabores, há alguns
cuidados a ter sempre que procura uma casa para férias. O fator confiança é
fundamental neste tipo de negócio. É aconselhável recorrer a um imóvel no qual
já tenha passado férias. Os contactos de uma pessoa amiga ou de um conhecido
também podem ser úteis. Assim saberá que a casa existe e que se encontra no
local indicado.
Há vários anúncios na internet ou
nos jornais cujos imóveis não pertencem a quem, supostamente, os disponibiliza.
Por vezes, nem sequer se localizam no sítio indicado porque as imagens são
editadas. Por estas razões, deve procurar casa para férias em plataformas ou
jornais fiáveis.
Comece por confirmar no anúncio o
número de registo Alojamento Local (AL) e, de seguida, confirme-o no site do turismo de Portugal. Assim, ficará a saber a localização da casa, quem é o seu
titular e os respetivos elementos de identificação (contribuinte, telefone e
e-mail).
Quem procura casa para férias
deve evitar precipitações, sobretudo na altura de pagar e quando a reserva é
feita através da internet.
Desconfie se for barato − Desconfie sempre de ofertas demasiado boas, como casas com preços muito baixos, que se encontrem, por exemplo, muito bem decoradas ou equipadas e com vista privilegiada para o mar.
Se a oferta for, realmente,
apetecível, deve comparar ofertas idênticas no mesmo local e, se for o caso,
pedir para visitar a casa. Pense duas vezes se notar alguma resistência por
parte do proprietário em fazê-lo. Desculpas como residir no estrangeiro são
habituais.
Pesquise em várias plataformas − As comissões cobradas aos proprietários variam consoante a plataforma, e o mesmo apartamento pode estar anunciado em vários sítios com preços diferentes. Procure a melhor oferta.
Visite o imóvel − Quer
tome conhecimento do imóvel através de um anúncio de jornal, plataforma ou por
contacto direto, se possível, é aconselhável que o visite primeiro. Por vezes,
as fotografias criam uma imagem diferente da que vai encontrar.
Não ceda a pressões − Um
sinal de que pode estar a ser alvo de burla é se o pressionarem a tomar uma
decisão rápida, por exemplo, com o argumento de que têm outras pessoas
interessadas e que deve fazer o pagamento do sinal para garantir a reserva.
Demore o tempo que precisar até se sentir confiante com o negócio.
Confirme antes de pagar − Antes
de entregar um sinal da casa para férias através da internet, confirme:
● numa pesquisa na internet, se há anúncios semelhantes, com as mesmas fotos, ou se há denúncias de burlas sobre aquele anúncio;
● a veracidade do anunciado,
pedindo outras fotos do interior da habitação, além das anunciadas, e
perguntando sobre os equipamentos ou serviços associados;
● a identidade do anunciante ou da pessoa com
quem tem contactado por e-mail ou telefone (pode, por exemplo, contactar a
administração de condomínio para se certificar de que a pessoa de contacto é a
proprietária do imóvel);
●
se a identidade do titular da conta bancária a depositar coincide com a
do anunciante (pode fazê-lo num terminal ATM);
●
se o contacto de telemóvel que lhe foi dado se mantém ativo desde o
primeiro contacto (pode simular uma nova chamada a reservar o imóvel para o
mesmo período e confirmar se continua disponível);
●
caso faça um pagamento e receba um e-mail ou uma mensagem indicando que
houve um problema e o dinheiro não chegou ao destino, confirme a situação junto
do banco antes de fazer um novo pagamento. Pode ser um esquema para tentar que
pague o valor uma segunda vez. Se desconfiar de burla, cancele imediatamente a
ordem de pagamento. Com sorte, pode ser que o burlão não chegue a receber;
● se não obtiver validação do perfil de
utilizador durante o processo de registo na plataforma online, não avance para
o pagamento de qualquer reserva de casa, nem dê autorizações para pagamentos
através do cartão de crédito. Desconfie sempre que lhe solicitarem algum
pagamento através de cheque, dinheiro ou recurso a serviços de transferência em
dinheiro.
Reclame se correr mal − Quando a casa não corresponde ao anunciado (pelas fotos ou condições de alojamento, por exemplo) deve pedir o livro de reclamações em formato físico, que os estabelecimentos de alojamento local são obrigados a ter.
Em caso de reclamação, o original
da folha é enviado para a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE),
a entidade responsável pelo cumprimento da lei. O titular da exploração do
alojamento local está, ainda, obrigado a ter no sítio da internet (caso o
tenha), em local visível e de forma destacada, o acesso à plataforma digital
que disponibiliza formato eletrónico do livro de reclamações. A principal
vantagem deste meio para reclamar é facilitar a apresentação de reclamação em
qualquer lugar e momento, mesmo que já tenha abandonado o local onde ocorreram
os factos que deram origem à reclamação. Além disso, a resposta é mais rápida,
uma vez que tem de ser emitida no prazo de 15 dias
Da parte dos turistas há a
obrigatoriedade de não danificar o imóvel e os equipamentos e de entregar o
imóvel como encontrado.
Em caso de conflito, apresente
queixa na nossa plataforma reclamar.
Denuncie as burlas − Se perceber que foi burlado, participe imediatamente o caso às autoridades policiais, munido de toda a documentação que tiver reunido: anúncio, e-mails, fotografias e comprovativos de pagamento.
● Deverá fazer a denúncia na
Polícia de Segurança Pública (PSP) ou na Guarda Nacional Republicana (GNR) da
sua área de residência.
● Caso a burla seja online, pode
igualmente fazer a participação através do e-mail do Gabinete Cibercrime da
Procuradoria‑Geral da República (cibercrime@pgr.pt).
●Também pode dar conhecimento de
burlas online ao Centro Nacional de Cibersegurança (cert@cert.pt), embora esta
comunicação não tenha valor de denúncia. Se tiver chegado a fazer um pagamento,
comunique a burla ao seu banco.
Alojamento local: como
divulgar
Antes de prestar serviços de
alojamento local, obtenha a licença gratuita na câmara municipal. Há várias
formas de divulgar o imóvel, mas algumas implicam comissões a sítios de
internet.
Burlas no Airbnb − Embora os casos de burla possam ocorrer em qualquer plataforma de reservas de alojamento, a visibilidade do Airbnb torna-o num alvo preferencial. Por isso, ao fazer uma reserva neste site, deve tomar algumas precauções.
O Airbnb aconselha os
utilizadores a fazerem todos os contactos com os proprietários – desde a
reserva ao pagamento – na própria página. Isto porque, nalguns tipos de burla,
é fundamental que o utilizador abandone a plataforma para que o esquema seja
bem-sucedido.
Alegando que a aplicação do
Airbnb não funciona bem no seu computador, por exemplo, o proprietário convence
o utilizador a manter contacto através de e-mail ou WhatsApp, mostrando-se,
habitualmente, disponível para prestar todo o tipo de esclarecimentos. Está
criado o engodo. A determinada altura, o proprietário envia os dados bancários
ao hóspede, que acabará por pagar pela reserva de uma casa que não existe.
Desconfie, por isso, se um
proprietário lhe enviar um NIB para que faça uma transferência bancária. Os
pagamentos das reservas no Airbnb devem ser sempre feitos na plataforma, que
tem um sistema próprio de pagamentos.
Por este motivo, não abra links
que supostamente o reencaminham para o Airbnb, seja através de um anúncio
externo à plataforma ou no seguimento de um contacto mantido com um falso
proprietário.
Não envie também informação
sensível para endereços de e-mail suspeitos (como apoio@airbnb-lease.ltd, por
exemplo).
Pesquisar pela casa de férias
diretamente na plataforma e não em motores de busca ajuda a evitar este tipo de
problema. Para maior segurança, digite manualmente o endereço do Airbnb -
www.airbnb.com ou www.airbnb.pt - na barra de endereços.
Fonte: Deco Proteste