13 de setembro de 2014

NOVAS FORMAS DE SE PROTEGER DO CRIME

Viver num local “simpático” significava antigamente não ter de se preocupar com o crime. Actualmente, as coisas já não funcionam assim. Os criminosos estão a tornar-se cada vez mais arrojados e andam por todo o lado. Por isso, muitas das antigas estratégias de segurança já não são apropriadas para os dias de hoje.


Observemos como as nossas tácticas de prevenção contra o crime podem ser melhoradas:


  SEGURANÇA NAS RUAS

O que se dizia: Para evitar ser assaltado, caminhe pela borda do passeio.
O que se recomenda hoje: Caminhe pelo meio da calçada, em sentido contrário ao do trânsito.

Os ladrões que atacam em carros ou de motorizada são cada vez mais comuns. Muitas vezes, um crime é precedido de uma pergunta aparentemente inocente sobre um endereço ou sobre as horas. Embora seja de bom-tom responder, deve conservar alguma precaução: mantenha a distância e responda enquanto caminha.

Depois de escurecer, considere a possibilidade de andar com um alarme pessoal na mão. Se suspeitar que está a ser seguido, atravesse a rua e, se possível, entre numa loja ou restaurante. Se não conseguir ver-se livre do perseguidor, peça auxílio ou grite: “Fogo!” Assim haverá melhores hipóteses de que os transeuntes que têm relutância em intervir contra os ladrões reajam se pensarem que a sua própria segurança também está ameaçada.

O que se dizia: Leve a sua bolsa ou mala a tiracolo.
O que se recomenda hoje: Transporte-a debaixo do braço.

Levar a bolsa ou mala pendurada contra o peito realmente torna mais improvável a hipótese de um furto. Mas, se o ladrão estiver mesmo determinado a ficar com ela, essa situação pode ser bastante perigosa para a sua integridade física. São muitas vezes trágicos os casos de pessoas que são arrastadas por motociclistas que roubam bolsas por esticão.

Para sua segurança, não coloque todos os seus valores na mala. Se possível, use os bolsos do seu vestuário para guardar chaves e outras coisas importantes. Pense nos problemas e inconvenientes que alguém sofrerá se lhe roubarem a bolsa com as chaves de casa, telemóvel, dinheiro, cartões de crédito e documentos.

O que se dizia: Um pontapé nas partes baixas é a melhor forma de atacar um assaltante.
O que se recomenda hoje: Se tiver mesmo que se defender lutando, há outras tácticas com mais eficácia semelhante à anterior e talvez de mais fácil aplicação.

Quando se é alvo de um ataque, só se dispõem de uma fracção de segundo para decidir o que fazer. Segundo alguns inquéritos realizados, os benefícios do contra-ataque podem ultrapassar os riscos. Num estudo recente, de 274 mulheres que tinham sido atacadas fisicamente e que reagiram à agressão, a média apresentava lesões de menor gravidade que as que imploraram ou não ofereceram resistência.

Se decidir contra-atacar, faça-o sem hesitação. Utilize uma combinação de tácticas e continue a luta até conseguir libertar-se. Grite, dê pontapés nos joelhos e canelas do agressor, pise-o ou golpeie-lhe a garganta com o punho bem fechado. Ataque-lhe os olhos com os dedos e agarre-lhe os testículos, aperte-os e torça-os. Se isto não o paralisar, pelo menos vai deixá-lo de quatro.


 SEGURANÇA NO CARRO

O que se dizia: Ao dirigir, ponha a sua bolsa ou carteira no banco ao lado.
O que se recomenda hoje: Esconda tudo debaixo do assento ou dentro do porta-luvas.

Mesmo nos bairros mais ricos, são inúmeros os casos de ladrões que saltam do seu esconderijo quando os carros estão parados num semáforo ou num sinal de stop. Partem o vidro e desaparecem com a bolsa antes de o motorista conseguir esboçar qualquer reacção. Quanto menos objectos de valor estiverem à vista, menos probabilidades haverá de o seu carro se tornar um alvo.

O que se dizia: Certifique-se de que as portas estão trancadas quando leva crianças no carro ou atravessa bairros mal frequentados.
O que se recomenda hoje: Certifique-se de trancar sempre as portas.

Os assaltantes de automobilistas apanham muitas vezes os motoristas de surpresa ao caminharem a direito para os automóveis e abrirem a porta. Infelizmente, manter as portas trancadas não impede que eles lhe partam os vidros. Por isso, sempre que possível, quando estiver parado, mantenha alguma distância entre o seu carro e o da frente, de forma a ter espaço de manobra se alguém lhe partir os vidros. Se estiver encurralado, buzine, mas se o assaltante estiver armado, talvez seja melhor entregar o que ele quiser.

O que se dizia: Se um carro lhe bater por trás, saia, verifique os estragos e anote o número da apólice de seguro do outro motorista.
O que se recomenda hoje: Não saia do carro, a não ser que se encontre num lugar público ou que apareça um polícia.

Um dos métodos mais populares de assalto a automobilistas é bater levemente no carro para provocar um acidente de trânsito sem grandes consequências. O que os assaltantes querem é que você saia e deixe as chaves na ignição. Enquanto, aborrecido, lhes pergunta onde aprenderam a conduzir atacam-no e, no mínimo, levam-lhe o carro e a carteira. Raptos e violações também têm acontecido neste cenário. A grande parte destes indivíduos anda armada para intimidar as vítimas. Tem que ser cuidadoso porque não hesitarão em usar a arma se você se demorar a explicar que o automóvel lhe pertence a si e não a eles.

No caso de ser abalroado por trás e o seu automóvel ainda conseguir andar, faça sinal ao outro motorista para segui-lo até uma esquadra de polícia ou uma zona iluminada e movimentada próxima. Anote a matrícula do outro automóvel de forma a poder queixar-se à Polícia se ele fugir. Se o seu carro não funcionar, mantenha-se dentro dele até o outro motorista sair ou até que chegue auxílio. É mais que recomendável que traga consigo um telemóvel quando conduz. Já sabe, em caso de urgência ligue o 112.

O que se dizia: Se for interceptado numa “operação STOP” pare e identifique-se cumprindo as ordens das autoridades.
O que se recomenda hoje: Bom, continua a ter que parar e a identificar-se. Mas esteja atento para não cair numa falsa “operação STOP”.

Certifique-se que são mesmo agentes da autoridade e não supostos militares da GNR... Saber distinguir uma operação STOP autêntica de uma falsa é meio caminho andado para não cair na armadilha.

Lembre-se: qualquer cidadão abordado por um agente tem o direito de lhe pedir que se identifique. O Ministério da  Administração Interna (MAI) diz ainda que a polícia Judiciária não tem competência para vigiar o trânsito e nas operações STOP, os agentes têm obrigação de se identificar, com carteira profissional onde estará o crachá da PSP.

Também é  muito importante que saiba como identificar um agente da autoridade, neste caso da GNR. Quando for abordado esteja atento aos seguintes detalhes:



Um agente da autoridade cumprimenta sempre com a saudação militar (continência) elevando a mão direita até junto da cobertura da cabeça (bivaque).  Nos ombros, tem nas platinas uma faixa com uma lista verde e um monograma com as letras GNR. Veste um blusão azul com o identificativo da unidade a que pertence no lado direito e no braço esquerdo o brasão da GNR. Nas acções de patrulha o agente tem sempre a pistola no coldre.  Qualquer viatura da guarda tem a matricula a começar com as letras GNR.

Se lhe for passada uma multa têm que lhe entregar um documento – modelo próprio da GNR – especificando o local onde é passada a contra-ordenação. "Nunca" se deve efectuar qualquer pagamento em dinheiro (a não ser que se trate de cidadão não residente em Portugal). Se o pedido de pagamento no local persistir estará na presença de uma situação ilícita.  No caso de desconfiar que está prestes a ser burlado o melhor que tem a fazer é alertar as verdadeiras autoridades. O mais simples é ligar o 112.

Se for abordado, especialmente em local ermo, por indivíduos não identificados e com viatura descaracterizada (mesmo com o pirilampo), não se exponha saindo do seu carro ou abrindo o vidro para falar. Continue em marcha, ligue os piscas para chamar atenção e contacte as autoridades mais próximas. Várias automobilistas têm sido assaltados, burlados e vítimas de violência nestas circunstâncias. Este tipo de situações é de maior ocorrência  no norte do país, mas podem acontecer em qualquer lado.


SEGURANÇA EM CASA

O que se dizia: Se tiver um sistema de alarme moderno, está seguro.
O que se sabe hoje: Não há sistema de segurança que possa protegê-lo completamente.

Num inquérito efectuado a vítimas de crimes, concluiu-se que cerca de 50% dos assaltos bem sucedidos ocorrem em casas cujas portas ou janelas foram deixadas abertas. Certifique-se de que a sua casa está trancada, mesmo quando se encontra dentro dela. As portas deverão contar com fechaduras reforçadas de pelo menos 2,5 cm de lingueta – as mais difíceis de abrir. Não deixe a sua carteira ou bolsa perto de janelas ou portas e coloque televisões, vídeos, aparelhagens e computadores longe das janelas, de forma a não poderem ser vistos facilmente do exterior.

Quando estiver fora, utilize um programador para acender e apagar as luzes a determinada hora. Não são muito caros e vendem-se até em supermercados. Informe os correios para suspenderem temporariamente a entrega de correspondência ou peça a um vizinho ou amigo que a recolha. Nunca avise por meio do seu atendedor automático de chamadas que não está em casa.

O que se dizia: Os assaltos só acontecem à noite ou quando não estamos em casa.
O que se vê hoje: As casas são assaltadas em plena luz do dia e até mesmo quando lá se encontram pessoas.

Enfrentar um ladrão pode ser perigoso. Se possível, crie um lugar “fortificado” onde possa refugiar-se com a família caso haja um intruso dentro de casa e não possa fugir. A porta desse espaço deve contar com uma tranca reforçada, para que se possa fechar por dentro. Se possível, coloque um telemóvel nesse compartimento, de forma a poder chamar a Polícia mesmo que as linhas telefónicas tenham sido cortadas.

O que se dizia: Se alguém tocar à porta e não quiser abrir, finja que não está em casa.
O que se recomenda hoje: Nunca deixe de responder.

A pessoa que bate à porta pode estar a tentar saber se há alguém em casa. Se você não responder, poderá acabar por ser vítima de um assalto. Mas utilize uma janela, o olho mágico da porta ou o intercomunicador para ver quem é. Se alguém lhe pedir para utilizar o telefone numa emergência, ofereça-se para fazer a chamada enquanto a outra pessoa espera do lado de fora.

Por vezes, os ladrões disfarçam-se de distribuidores de encomendas, verificadores dos contadores da água ou electricidade e até mesmo de padres ou mensageiros de uma qualquer religião. Por isso, peça à outra pessoa que lhe mostre a sua identificação pela janela ou à frente do olho mágico. Se mesmo assim as suas suspeitas se mantiverem, ligue para a companhia e pergunte se existe alguma visita de serviço programada para a sua casa. Se não houver chame e Polícia.

O que se dizia: Uma vez dentro do seu jardim, pode respirar tranquilo.
O que se recomenda hoje: Não se sinta em segurança até estar trancado dentro de casa.

Os assaltantes de carros, de casas e os ladrões por esticão chegam hoje em dia a atacar as pessoas até nos jardins de suas casas. Os criminosos seguem muitas vezes as pessoas a partir de centros comerciais ou caixas Multibanco. Olhe em redor antes de sair do seu carro. Mantenha sempre a porta da garagem trancada e, ao entrar ou sair, certifique-se de que ninguém entrou sorrateiramente enquanto a porta esteve aberta. Ao sair do carro, traga as chaves de casa na mão e nada de sacos e pacotes em demasia.


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