Desconfie sempre de promessas de
empréstimos fáceis e rápidos, de depósitos com juros muito superiores à média
de mercado ou de propostas para angariar novos clientes em troca de mais
dinheiro. Vamos partilhar consigo algumas dicas para se proteger de burlas e
fraudes e assim manter o seu dinheiro em segurança.
Pedir
um crédito, fazer uma transferência internacional de dinheiro ou usar qualquer
tipo de serviço financeiro exige alguns cuidados.
Se
foi vítima de algum crime ou tentativa de crime por parte de uma destas
entidades, denuncie ao Banco de Portugal por telefone (213 130 000), e-mail
(info@bportugal.pt) ou pelo preenchimento do formulário online ou
presencialmente. Apresente também queixa às autoridades (por exemplo, à PSP, à
GNR, à Polícia Judiciária ou ao Ministério Público). À entidade supervisora
cabe comunicar a existência de indícios de crime (burla, usura ou outro) à
Procuradoria-Geral da República. Mesmo que não tenha sido vítima de crime, se
tomou conhecimento de que uma determinada entidade se dedica às atividades
financeiras ilegais, não deixe de reportar essa situação ao Banco de Portugal.
● através
do site do Banco de Portugal, verifique se a entidade em causa tem autorizaçãopara a operação que se propõe realizar. Basta escolher o tipo de instituição
(um banco ou uma sociedade financeira, por exemplo) ou pesquisar pelo nome;
● não
responda a e-mails, cartas ou mensagens com propostas de ajuda financeira que
lhe ofereçam dúvidas, quer pelo conteúdo, quer pelo remetente;
● peça
sempre todas as informações que considerar necessárias antes de realizar
qualquer operação financeira;
● confirme
se todos os procedimentos de segurança estão salvaguardados. Em caso de dúvida,
não disponibilize os seus dados pessoais e bancários, especialmente se a
operação financeira for online. Na dúvida, não prossiga com a operação.
As 5 burlas financeiras mais comuns em Portugal
1) Cuidado com os “falsos amigos” no
Facebook − Com
certeza que, ao navegar pelo seu Facebook, já encontrou mensagens colocadas em
caixas de comentários alheias a “oferecer” crédito em condições aparentemente
muito vantajosas. Ou, se calhar, já recebeu mensagens no “chat” de “anónimos” a
oferecer-lhe este tipo de serviços.
Pode
parecer puro bom senso não responder a estes “cantos de sereia” nas redes sociais,
mas a verdade é que o desespero por vezes leva a melhor. Tenha, contudo, em
atenção que pode sair da situação pior do que quando entrou. Isto porque,
muitas vezes, depois de cair na trama são-lhes pedidos valores para tratar de
custos burocráticos e taxas. Tudo começa com valores pequenos para não
“assustar” o burlado. Depois, vão pedindo mais e mais, à espera que as pessoas
enviem mais dinheiro.
2) Anúncios em jornais não asseguram
credibilidade − Os
burlões preocupados em fazer passar alguma “aura” de credibilidade às suas
manobras muitas vezes utilizam anúncios de jornais. Há esquemas que usam os
classificados dos jornais para oferecer crédito e a mensagem deixada procura
atrair explicitamente pessoas com problemas bancários, uma vez que são aquelas que
menos conseguem crédito pelas vias tradicionais.
Depois,
o método funciona de maneira semelhante ao esquema que já descrevemos via
Facebook. O suposto financiador pede um determinado montante para honorários,
taxas e burocracias e depois desaparece.
3) É preciso muita prudência com
empréstimos entre particulares −Os
empréstimos entre particulares (por exemplo, entre familiares) são uma prática
antiga e até reconhecida legalmente. Como tal, estão oficialmente sujeitos a
regras. Por exemplo, para valores entre 2.500 euros e 25 mil euros é preciso
uma assinatura de um contrato preferencialmente com as assinaturas reconhecidas
por um notário. Para valores superiores a este valor fica necessário um
documento oficial reconhecido por um solicitador ou, em alternativa, uma
escritura pública.
Recomenda-se,
no entanto, que se recorra ao reconhecimento das assinaturas mesmo em valores
menores, já que tal pode ser útil em termos de incumprimento. Nestes contratos
as taxas de juro não podem ultrapassar determinadas percentagens.
Contudo,
há sempre quem recorra a empréstimos “por debaixo da mesa” uma vez que é feito
por vizinhos, amigos ou familiares. Mas tal pode levar a histórias com finais
infelizes, como prestações mensais a níveis agiotas, cobranças violentas ou desentendimentos
familiares.
4) O esquema da pirâmide nunca passa de
moda − Aqueles
que têm 40 anos ou mais lembrar-se-ão do famigerado caso da Dona Branca. O
esquema funcionava nos moldes do conhecido “Esquema de Ponzi”: aqui cada qual
ganha dinheiro se trouxer novos “participantes” para a roda, sendo que os novos
participantes têm que pagar um determinado montante. Se a pessoa que trouxe,
conseguir trazer novos participantes ganha uma pequena percentagem desse valor
e assim sucessivamente.
Além
de ser considerado ilegal, este esquema pode fazê-lo perder muito dinheiro.
Isto porque, no início, normalmente entra-se com um valor elevado que vai sendo
“amortizado” à medida que se trazem participantes novos. O problema é quando o
esquema rebenta: deixa de conseguir trazer novos participantes e vê que não
consegue recuperar o investimento inicial.
5) Escolha bem os e-mails a abrir − De
vez em quando, todos recebemos e-mails com ofertas e promoções a preços que
parecem demasiado bons para ser verdade. E o problema é que são mesmo: tão bons
que é provável que se trate de um esquema fraudulento.
Outra
questão é que estes esquemas podem ser bastante mais complexos do que parece à
primeira vista. É preciso ter cuidado para não cair no chamado phishing. Tal
consiste em enviar e-mails em massa com software malicioso (cavalos de Tróia)
com o intuito de roubar dados pessoais que estão armazenados pelo utilizador do
e-mail (passwords e afins). E para complicar a situação, muitas vezes estes
emails fazem-se passar por instituições de crédito respeitáveis a oferecer
produtos atrativos. O melhor é desconfiar e não abrir o e-mail.
A
melhor forma para se afastar das más práticas que existem por aí é mesmo
manter-se informado. Ler conselhos financeiros não é perda de tempo para quem
quer organizar as suas contas, de forma a não contrair dívidas que não pode
pagar. Importante é também comparar créditos em instituições credíveis, de modo
a encontrar a opção que mais se coaduna com a sua situação.
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