29 de setembro de 2019

OS 10 PAÍSES MAIS PERIGOSOS PARA SE SER MULHER


A Índia é o país mais perigoso do mundo para se ser mulher. Os Estados Unidos da América integram o Top 10. Em 2018, a Fundação Thomson Reuters realizou um estudo sobre os países mais perigosos para as mulheres. O relatório aponta que uma em cada três mulheres sofre de violência física ou sexual em todo o mundo. O casamento infantil ainda é uma realidade, com quase 750 milhões de meninas casadas antes dos 18 anos. Na maioria dos casos, as crianças acabam por engravidar e colocar a sua saúde em risco. 



1.ÍNDIA Violência sexual e tradições colocam a Índia em primeiro lugar  De acordo com o relatório da Fundação Thomson Reuters, a Índia é o pior país para uma mulher viver. Entre os principais motivos estão a violência sexual, o tráfico para trabalho doméstico, trabalho e casamento forçados e a escravidão sexual.

A pesquisa, realizada entre março e maio, foi feita por 550 especialistas em questões sobre mulheres, da Europa, África, América, Sudeste Asiático, Sul da Ásia e Pacífico.

Para o estudo, os profissionais entrevistaram académicos, equipas de saúde, trabalhadores de Organizações Não-Governamentais, responsáveis políticos e comentadores sociais.

A Índia foi também classificada como a mais perigosa devido às práticas culturais e tradicionais, como os ataques com ácido, o casamento infantil e a mutilação genital feminina.

A história de Laxmi Saa é apenas uma de muitas. A jovem indiana foi atacada com ácido depois de ter recusado casar-se com um homem de 32 anos. Laxmi tinha apenas 15 anos. Em 2016, foi protagonista de uma campanha para a marca de roupa Viva N Diva, com o objetivo de mudar os padrões de moda e beleza da sociedade.

A menstruação também é vista como um tabu pelos indianos. Há quem acredite que as mulheres menstruadas são impuras e, por isso, milhares de mulheres submetem-sea histerotomias para poderem trabalhar.

Casos como estes fizeram com que o país fosse várias vezes manchete por crimes de violência sexual contra mulheres.

Em Resumo: A Índia lidera o ranking como o país mais perigoso para as mulheres. Ocupa o primeiro lugar em três aspetos: risco de violência sexual e assédio contra as mulheres, perigo em práticas culturais e risco de tráfico de pessoas.



2. AFEGANISTÃO – Os especialistas dizem que as mulheres ainda enfrentam problemas graves 17 anos após a deposição do Taliban. É considerado o país mais perigoso em termos de violência não sexual, cuidados de saúde e discriminação. Foi acusado pelas Nações Unidas de permitir que a brutalidade generalizada de género fique impune.


3. SÍRIA − É o terceiro país mais perigoso para as mulheres, após sete anos de uma guerra civil que matou 510.000 sírios. Com 5,5 milhões de pessoas a viver em campos de refugiados, ocupa a segunda posição dos países com menos acessos à saúde e com mais violência não sexual.


4. SOMÁLIA − O país está em conflito desde 1991 e, segundo as Nações Unidas, metade da população precisa de ajuda humanitária. As práticas tradicionais e culturais são um risco constante para as mulheres. A Somália foi classificada o terceiro país com menos acessos a cuidados de saúde e ocupa a quinta posição no acesso a recursos económicos.


5. ARÁBIA SAUDITA − Embora ocupe a 5ª posição no geral, o reino conservador foi considerado o 2º país mais perigoso em termos de acesso económico e discriminação, inclusive no ambiente de trabalho e em termos de direitos de propriedade. Apesar das iniciativas para aumentar a participação feminina no trabalho, continua a ser alvo de críticas pela prisão de ativistas dos direitos das mulheres. O país está classificado como o segundo pior em termos de acessos a recursos económicos e discriminação.


6. PAQUISTÃO − O Paquistão encontra-se na sexta posição, mas ocupa a quarta em termos de recursos económicos, discriminação e tradições culturais e religiosas. Uma em cada três paquistanesas sofre de violência física por parte dos maridos e centenas são mortas por membros da família todos os anos.


7. REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO − Milhões de pessoas enfrentam péssimas condições de vida após anos de guerra. A RDC ocupa a segunda posição no que diz respeito à violência sexual, com as Organizações Não Governamentais a sublinhar que 2018 foi o pior ano em termos de abusos sexuais contra mulheres e crianças.


8. IÉMEN − Ocupa a oitava posição devido aos maus acessos a cuidados de saúde e a recursos económicos, ao risco das tradições culturais e à violência sexual. O país está a enfrentar a crise humanitária mais urgente do mundo: há 22 milhões de pessoas a precisar de cuidados básicos.


9. NIGÉRIA − Grupos de direitos humanos acusam os militares do país de torturarem, violarem e matarem milhares de civis durante o confronto de nove anos contra militantes do Boko Haram. Mas o país destaca-se pelo tráfico humano, categoria em que ocupa a quarta posição. Todos os anos, milhares de nigerianas são enviadas para a Europa e exploradas sexualmente.


10.ESTADOS UNIDOS − O décimo lugar vai para… os EUA. A fechar a lista dos dez países mais perigosos do mundo para se ser mulher encontram-se os EUA. O país que foi palco e impulsionador dos movimentos #MeToo e Time’s Up, contra o assédio e violência sexual, surpreendeu os especialistas ao integrar este ranking. É o único país ocidental mencionado no relatório.
Em 2017, várias atrizes denunciaram casos de abuso sexual contra figuras de topo de Hollywood e o caso do antigo produtor Harvey Weinstein foi paradigmático. Weinstein foi acusado de assédio sexual e violação por dezenas de mulheres e a onda de denúncias deu origem ao movimento #MeToo. O cofundador dos estúdios Miramax e da Weinstein Company será julgado a 6 de janeiro de 2020.



Ranking por categoria

CUIDADOS DE SAÚDE
Inclui acesso geral a optometristas, dentistas, médicos de clínica geral e médicos especialistas.



VIOLÊNCIA SEXUAL
Inclui violação por parte de um estranho ou do parceiro, assédio ou pressão sexual e falta de acesso à justiça nesses casos.



DISCRIMINAÇÃO
Inclui discriminação no trabalho, direitos territoriais, de propriedade ou herança, falta de acesso à educação e alimentação adequada.



VIOLÊNCIA NÃO SEXUAL
Inclui abuso doméstico, físico e mental.



TRADIÇÕES CULTURAIS
Inclui ataques com recurso a ácido, mutilação genital feminina, casamento infantil, casamento forçado, abuso físico e infanticídio feminino.



TRÁFICO HUMANO
Inclui servidão doméstica, trabalho e casamento forçado e abuso sexual.







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