16 de julho de 2014

CONSIDERAÇÕES SOBRE BULLYING




Descubra que recursos possui ao seu alcance para ajudar uma criança vítima de Bullying.
 


O QUE OS PAIS DEVEM SABER

O QUE SE ENTENDE POR BULLYING?

O termo inglês “bullying” pode ser traduzido, em português, por intimidação. É uma forma de violência entre pares, geralmente crianças ou jovens, com a intenção de magoar a outra pessoa.

A maioria das situações de intimidação ocorre em contexto escolar (recreios, casas de banho, refeitórios e salas de aula) ou no percurso entre a casa e a escola. Habitualmente acontece quando não existem adultos por perto. Assim, é fundamental que os pais e familiares estejam sensibilizados e aprofundem o seu conhecimento acerca deste tema.


QUAIS OS TIPOS DE BULLYING?

Verbal: chamar nomes, ser sarcástico, lançar calúnias ou gozar com alguma característica particular do outro (“gordo”; “caixa de óculos”; “trinca-espinhas”)

Físico: puxar, pontapear, bater, beliscar ou outro tipo de violência física

Emocional: excluir, atormentar, ameaçar, manipular, amedrontar, chantagear, ridicularizar, ignorar

Racista: toda a ofensa que resulte da cor da pele, de diferenças culturais, étnicas ou religiosas

Cyberbullying: utilizar tecnologias de informação e comunicação (Internet ou telemóvel) para hostilizar, deliberada e repetidamente, uma pessoa, com o intuito de a magoar


ALGUNS SINAIS DE BULLYING:

A criança que está a ser vítima de bullying pode:

• Estar assustada ou não ter vontade de ir para a escola
• Apresentar fracos resultados escolares
• Isolar-se
• Começar a gaguejar
• Mostrar angústia
• Deixar de comer
• Tornar-se agressiva
• Deixar de ter as suas economias (ou estas irem desaparecendo)
• “Perder”, constantemente, o almoço ou outros bens
• Começar a roubar dinheiro
• Ter medo de falar sobre o que se está a passar
• Ter pesadelos
• Tentar fugir
• Tentar o suicídio

Estes sinais podem indicar outro tipo de violência, contudo, o bullying deve ser tido em consideração.

As manifestações são diferentes de criança para criança, podendo, nalguns casos, ser pouco visíveis ou mesmo passarem despercebidas, sem que isso signifique menor gravidade.


MITOS E REALIDADES

Mito: O Bullying é uma fase que faz parte da vida. Todas as crianças conseguem ultrapassar essa fase.
Realidade: O bullying não é “normal” ou um comportamento socialmente aceitável. Aceitar tal comportamento é conferir mais poder aos/às intimidadores/as.

Mito: Se a criança ou jovem contar a alguém, será pior, uma vez que a intimidação aumentará.
Realidade: Estudos demonstram que o bullying só pára quando os adultos e pares são envolvidos.

Mito: O bullying é um problema da escola e só os/as professores/as é que se devem preocupar.
Realidade: O bullying é um problema social que, por vezes, pode ocorrer, também, fora da escola, nomeadamente na rua, centros comerciais, campos de férias e, mesmo, com adultos, nos locais de trabalho.

Mito: As pessoas que intimidam nascem assim.
Realidade: O bullying é um comportamento aprendido e os comportamentos podem ser mudados.

COMO APOIAR UMA CRIANÇA VÍTIMA DE BULLYING?

Saber que uma criança está a ser intimidada pode ser perturbador. No entanto, deverá tentar manter a calma, já que reagir com impulsividade, como por exemplo, invadir a escola para pedir uma explicação poderá ser o pior a fazer. É importante que pense que, tal como aconteceu consigo, também a escola pode não saber da situação de intimidação, facto que não invalida que converse com os responsáveis, exija responsabilidades e encontrem uma intervenção integrada.

Assim, poderá apoiar a criança da seguinte forma:

• Peça à criança para lhe contar exactamente o que aconteceu e anote quem esteve envolvido, onde, quando e quantas vezes aconteceu

• Diga à criança que ela agiu correctamente ao contar-lhe o sucedido

• Acredite em tudo aquilo que a criança lhe contar

• Explique-lhe que a situação de intimidação não pode ser mantida em segredo, garantindo-lhe que vai ajudá-la a resolver o problema

• Diga-lhe que ela não é culpada pelo sucedido

• Exercite técnicas de auto-protecção com a criança, como, por exemplo, dizer “Não” firmemente e ir-se embora.

• Informe-se também sobre programas de autodefesa para crianças. Este tipo de actividades são especialmente recomendados para que as crianças adquiram mais auto-estima e confiança em si próprias e ao mesmo tempo aprendam tácticas de defesa pessoal apropriadas. Saiba mais em www.autodefesa.pt

• Explique-lhe como deve reagir, sem chorar nem mostrar transtorno, mas simplesmente ignorando o/a intimidador/a

• Explique-lhe como poderá reduzir as oportunidades de intimidação, como por exemplo, não levar objectos de valor para a escola, andar sempre em grupo, evitar ficar sozinho nos corredores ou balneários

• Encoraje a criança a desenvolver actividades nas quais é mais habilidosa, já que essa é uma forma de aumentar a sua auto-estima

• Fale com o/a professor/a e partilhe as suas preocupações. Pergunte-lhe, também, como é que a criança está inserida na turma e com o resto dos colegas ou se têm notado algum sinal que seja importante realçar É fundamental ter em conta que o Bullying é um problema público, de forma a retirar do isolamento as crianças e jovens sujeitos a este tipo de violência.




O QUE A ESCOLA DEVE SABER



 O QUE É QUE A ESCOLA PODE FAZER?

A escola tem um papel fundamental, tanto ao nível da prevenção como da intervenção.

É importante ter presente que:

• Todos somos responsáveis por promover um ambiente seguro para todas a crianças, para que estas possam desenvolver-se numa atmosfera descontraída e segura.

• O bullying e outros tipos de comportamentos violentos são inaceitáveis.

• Todos os profissionais, governantes, crianças e pais devem ter uma compreensão do bullying.

• Devem ser postos em prática e disseminados procedimentos para relatar acontecimentos intimidatórios.

• Todas as crianças devem ser informadas acerca da importância de contar a um adulto que estão a ser intimidadas e saber que se deve lidar com estes incidentes de uma forma imediata e eficaz.

Se uma criança lhe quiser contar uma situação de bullying deverá:

• Procurar um espaço tranquilo e pedir-lhe que ela lhe conte exactamente o que aconteceu.

• Acreditar em tudo o que a criança lhe contar e valorizar o facto dele o ter conseguido fazer.

• Dizer à criança intimidada que a culpa da intimidação não é dela e garantir que irá apoiá-la na resolução do problema.


PROCEDIMENTOS DE INTERVENÇÃO:

Numa situação de bullying deverá:

• Falar com as crianças envolvidas num espaço tranquilo e seguro.

• Relatar os incidentes à equipa.

• Nos casos de abusos mais sérios, os incidentes devem ser registados pela equipa.

• Os pais das crianças envolvidas devem ser informados e deve ser pedido para comparecerem numa reunião para discutir o problema.

• Se for necessário e apropriado, a polícia deve ser consultada.

• O comportamento intimidador e os traços ameaçadores devem parar imediatamente.

• Deve ser feita uma tentativa para apoiar o/a intimidador/a na alteração o seu comportamento.

• O/a intimidador/a deve pedir desculpa e ser responsabilizado/a pelo seu comportamento.

• Em situações mais graves deve ser considerada a suspensão ou mesmo a expulsão.

• Se possível, as crianças ou jovens devem reconciliar-se. É fundamental ter em conta que o Bullying é um problema público, de forma a retirar do isolamento as crianças e jovens sujeitos a este tipo de violência.






 Saiba mais sobre Bullying visitando o PORTAL Bullying em   http://www.portalbullying.com.pt/


Sem comentários:

Enviar um comentário