O efeito da acção de um psicopata ou de alguém com uma
personalidade tóxica não só afecta o organismo como fragiliza as vítimas.
Há pessoas
com quem lidamos diariamente que têm uma personalidade difícil e até mesmo
agressiva. Nessas situações, sobretudo quando são casais, a vítima sente-se,
progressivamente, mais frágil. A serotonina
reduz-se (em consequência, sente-se mais abatido, dorme pior e sente menos
vitalidade), enquanto a dopamina sobe
(muito ligada ao humor e à euforia que surge quando, por exemplo, ganhamos um grande
prémio num casino), juntamente com a norepinefrina (também ligada ao
humor, bem-estar e a um estado de
elevada estimulação).
O efeito
dessa acção no nosso comportamento é inegável. A pessoa fica altamente
sugestionável às frases e comportamentos do elemento tóxico e que se podem
apresentar como reforço intermitente. Sem estarmos à espera, recebemos uma
promoção no trabalho depois de nos termos sentido completamente postos de lado.
Essa boa notícia terá um impacto enorme no seu cérebro, porque, no fundo,
estava à espera de mais comportamentos negativos e, afinal, aconteceu
precisamente o oposto.
Há uma
afirmação que os psicopatas fazem sem proferir uma palavra. «Eu sou melhor do que os outros». Esta é
a afirmação que os psicopatas fazem sem proferir uma palavra. Podem não o dizer
de forma explícita, mas é isto que o seu comportamento demonstra. As pessoas
tóxicas são autocentradas e consideram-se seres superiores. As suas
características não se esgotam, contudo, aqui:
- Fazem
uso de uma eloquente e convincente oratória. Convencem pessoas de
ideias e realidades que podem nem existir (combinando uma voz e uma cadência de
fala hipnótica, com gestos e expressões afirmativas e teatrais).
- Tentam
levar-nos a acreditar que são especiais e adoram o elogio, mas não têm
criatividade, não conseguem planear ou investigar cuidadosamente, são
inconsistentes no que dizem e fazem, e grande parte da sua postura assenta na
cópia de ideias de outros.
- Podem
ser repetitivos e até ter o mesmo padrão de comportamento com várias
pessoas ao mesmo tempo (por exemplo, nas redes sociais, podem fazer os mesmos
posts e comentários a mais que uma pessoa).
- Detestam
que se tire notas, haja testemunhas, se tenha e-mails e outros
documentos que provem os seus comportamentos de manipulação.
Como agir perante
um companheiro psicopata
A melhor
forma é prosseguirmos o nosso caminho, aceitarmo-nos incondicionalmente,
usufruirmos da vida, dos amigos, familiares e colegas, e não olhar para trás. O
bem-estar também resulta de abrirmos mão do que não podemos mudar. E de quem
não muda. Se não conseguir lidar com o problema sozinho, peça ajuda. Não tenha
medo.
Luís Gonçalves
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