28 de novembro de 2024

Flamaid: Segurança Pessoal na Palma da Mão




O medo de caminhar sozinho à noite é um sentimento que muitos conhecem bem, especialmente as mulheres. Foi esse receio que inspirou Julieta Rueff a criar o Flamaid, um dispositivo de segurança pessoal inovador, capaz de emitir um alarme poderoso e, ao mesmo tempo, alertar contatos de emergência através de um aplicativo no telemóvel.


Uma Promessa Transformada em Ação

A ideia surgiu de uma experiência marcante na vida de Julieta. Num momento de vulnerabilidade, ela decidiu que ninguém deveria enfrentar a insegurança sem uma rede de apoio. "Não queria apenas um dispositivo; queria um símbolo de confiança e proteção", explica. Em 2023, a promessa tomou forma: nasceu o Flamaid, carinhosamente apelidada de "granada de paz".

Este pequeno, mas poderoso, alarme combina várias funcionalidades:

● Um som de 110 decibéis* capaz de chamar atenção mesmo em grandes multidões.

● Uma aplicação que partilha a localização em tempo real com contatos de emergência.

●  Uma estrutura resistente, impossível de desativar por terceiros.

A missão é clara e impactante: garantir que todos cheguem a casa em segurança.



De Chama de Inspiração a Rede de Segurança

Julieta sempre foi sensível às questões de segurança, especialmente ao ver amigas e familiares em situações de risco. "Transformei a impotência em ação", conta. O nome do dispositivo reflete essa visão: Flamaid junta as palavras flame (chama) e aid (ajuda), simbolizando força, luz e apoio em momentos críticos.

Apesar do design compacto, o Flamaid é uma peça de tecnologia avançada. O som foi projetado para se destacar em ambientes ruidosos, e a integração com a aplicação permite uma resposta ágil e personalizada. "O que diferencia o Flamaid é a sua robustez, simplicidade e a conexão direta com uma rede de segurança confiável", afirma Julieta.



Superando Desafios e Construindo Confiança

Trazer o Flamaid ao mercado foi um desafio. Desde a escolha de parceiros estratégicos até a obtenção de certificações rigorosas, cada passo foi encarado com determinação. Mas, segundo Julieta, o maior obstáculo foi emocional: "O medo de falhar estava sempre lá, mas aprendi a ver cada dificuldade como uma oportunidade de crescer."

O esforço valeu a pena. Após o lançamento inicial, o feedback dos utilizadores tem sido incrivelmente positivo. Pais destacam a tranquilidade que o dispositivo proporciona para proteger os seus filhos. Atualizações constantes, como capas coloridas e melhorias na aplicação, têm reforçado a confiança dos consumidores.


Mais Que Um Dispositivo, Um Movimento

O Flamaid já salvou vidas e trouxe segurança a quem antes vivia com medo. Julieta partilha um relato pessoal: "Passei meses sendo seguida por alguém que conhecia as minhas rotinas. O Flamaid trouxe-me uma sensação de proteção que nunca tive antes."

Com certificações europeias e colaborações em andamento com serviços de emergência, o objetivo da marca é ambicioso: tornar a segurança acessível globalmente e antecipar riscos antes que eles se tornem problemas críticos.


A Segurança ao Alcance de Todos

O Flamaid não é apenas um produto; é um símbolo de empoderamento e proteção. Para os estudantes de defesa pessoal, pode ser uma ferramenta essencial, reforçando o que aprendem em aula: estar preparado e agir com confiança.

Julieta Rueff tem uma visão clara: "A minha missão é garantir que todos, sem exceção, possam chegar a casa seguros. O Flamaid é mais que um dispositivo; é um compromisso com a vida."

Este pequeno dispositivo lembra-nos que a segurança é um direito de todos. Seja você um estudante de defesa pessoal ou alguém que apenas quer sentir-se mais protegido, o Flamaid representa mais do que um alarme. Representa esperança, força e a certeza de que, em momentos difíceis, ninguém está sozinho.


A NOSSA OPINIÃO

Um dispositivo de proteção pessoal como o Flamaid pode ser uma ferramenta valiosa em situações de risco. No entanto, é preciso ter em consideração os prós e os contras deste tipo de equipamento.

 

PRÓS

1. Som de 100 decibéis

  Visibilidade imediata: Um som tão alto pode atrair a atenção de pessoas próximas e dissuadir possíveis agressores.

●   Eficaz em emergências: O ruído intenso cria um ambiente desconfortável para o atacante, que pode abandonar a tentativa devido ao medo de exposição.

● Alcance elevado: Um som nessa faixa pode ser ouvido a distâncias significativas, aumentando as chances de receberes ajuda rapidamente.

2. Partilha de localização em tempo real

● Maior segurança: Permite que contactos de emergência saibam onde estás, mesmo que não consigas comunicar verbalmente.

● Tempo de resposta reduzido: Autoridades ou amigos podem intervir rapidamente ao saber exatamente onde estás.

● Ideal para deslocações a pé ou em zonas isoladas: Esta funcionalidade é particularmente útil para pessoas que costumam andar sozinhas em locais com pouca movimentação.

3. Fixação fácil em roupas e bolsas

● Praticidade: A facilidade de fixação garante que o dispositivo esteja sempre acessível, reduzindo o tempo necessário para usá-lo em situações de emergência.

● Versatilidade: Pode ser usado com diferentes tipos de vestuário ou acessórios, adaptando-se ao estilo e rotina do utilizador.

4. Revestimento de silicone hipoalergénico

● Durabilidade aumentada: O silicone protege contra danos causados por quedas, impacto ou exposição ao clima, como chuva ou poeira.

● Conforto e segurança: Por ser hipoalergénico, evita irritações na pele, tornando-o adequado para uso prolongado por pessoas com sensibilidades.

 

CONTRAS

1. Limitações do sistema de localização

Dependência de sinal GPS e internet: Em áreas com má cobertura de rede, a funcionalidade de partilha de localização pode não funcionar corretamente.

● Privacidade comprometida: Se não estiver bem protegido, o sistema pode ser explorado por hackers, expondo a localização do utilizador.

2. Preço e manutenção

Custo: Dispositivos com múltiplas funcionalidades (alarme, GPS, estrutura robusta) tendem a ser mais caros. No caso do Flamaide, o custo de €59,99 pode ser impeditivo para algumas bolsas.

● Manutenção e bateria: Garantir que o dispositivo está funcional pode exigir carregamento frequente e eventualmente substituição de peças, o que pode ser inconveniente.

3. Possíveis falsos alarmes

● Ativação acidental: O som do alarme pode ser ativado por engano, causando desconforto e pânico desnecessário.

4. Uso limitado em certos contextos

● Ruído ambiental elevado: Em áreas barulhentas, como grandes cidades ou eventos, o som pode não ser tão eficaz.

● Dependência de utilizador: Em situações de alta tensão, o utilizador pode não conseguir ativar o dispositivo rapidamente.


CONCLUSÃO

O Flamaid é uma ferramenta valiosa para aumentar a segurança em situações de risco, oferecendo recursos como um som de alta intensidade para dissuadir agressores e a partilha de localização em tempo real para facilitar o resgate. Contudo, é essencial lembrar que a prevenção e os conhecimentos em segurança pessoal e autodefesa são igualmente, ou até mais, importantes do que qualquer dispositivo tecnológico.

Saber identificar riscos, manter uma postura confiante e conhecer técnicas básicas de autodefesa pode muitas vezes evitar situações perigosas antes que aconteçam. O dispositivo é um complemento eficaz, mas nunca deve substituir uma abordagem ativa e consciente para a segurança pessoal. Assim, combinando ferramentas como o Flamaid com uma boa formação em autoproteção, estarás melhor preparado para lidar com imprevistos.






* Exemplos do som com um nível de 100 decibéis: O ruído de uma motocicleta a cerca de 8 metros de distância, uma serra elétrica em funcionamento, o alarme de um carro ou o som de um martelo pneumático.


27 de novembro de 2024

344 mulheres violadas em Portugal de janeiro a setembro de 2024

Há um total de 56 femicídios no contexto das mulheres vítimas de violência doméstica, segundo dados recolhidos ao longo de nove meses, divulgados no Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres no dia 25 de novembro.

Entre janeiro e setembro foram violadas 38 mulheres por mês em Portugal, de acordo com a Polícia Judiciária: há registo de 521 violações, 344 delas são mulheres. Os dados marcam o Dia Internacional da Eliminação da Violência Doméstica contra as Mulheres, que se assinalou no dia 25 de novembro. E sim, 65% das vítimas de crimes de violação em 2022, 2023 e nos primeiros três trimestres de 2024, são mulheres.

Entre os principais crimes cometidos em 2022 e 2023 estão os de violência doméstica (37.157), crimes sexuais contra crianças e jovens (1.556), crimes de ameaça ou coação (1.243), crimes de ofensas à integridade física (81.018), crimes de injúria e difamação (988) e crimes sexuais contra adultos (791), de acordo com os novos dados.

Entre janeiro e setembro foram violadas 38 mulheres por mês em Portugal, de acordo com a Polícia Judiciária: há registo de 521 violações, 344 delas são mulheres. Os dados marcam o Dia Internacional da Eliminação da Violência Doméstica contra as Mulheres, que se assinala hoje, 25 de novembro. E sim, 65% das vítimas de crimes de violação em 2022, 2023 e nos primeiros três trimestres de 2024, são mulheres.

Entre os principais crimes cometidos em 2022 e 2023 estão os de violência doméstica (37.157), crimes sexuais contra crianças e jovens (1.556), crimes de ameaça ou coação (1.243), crimes de ofensas à integridade física (81.018), crimes de injúria e difamação (988) e crimes sexuais contra adultos (791), de acordo com os novos dados.

De acordo com a APAV, os números de mulheres vítimas de violência doméstica apoiadas pela esta instituição aumentou 8,7% de 2022 para 2023 (de 11.400 para 12.398), com Lisboa, Faro e Porto como distritos que reunem mais vítimas. E é neste contexto que há 56 femicídios entre 1 de janeiro de 2022 e 30 de setembro de 2024.

No geral, entre 2022-2023, a APAV apoiou 23.808 vítimas do sexo feminino, sendo 3.434 crianças e jovens; 14.505 entre 18 e 64 anos de idade; 2.446 eram pessoas idosas.

"Relativamente à caracterização do/a autor/a da vítima, dos 23.862 autores/as identificados, a maior parte era do sexo masculino (68,5%), com idades compreendidas entre os 36 e 55 anos, sendo que 47,3% dos/as autores/as estão ou estiveram numa relação de intimidade com a vítima" escreve a APAV. "Das 22.808 vítimas do sexo feminino apoiadas pela APAV entre 2022-2023, no total, foram alvo de 45.787 crimes e outras formas de violência, com particular destaque para crimes como violência doméstica (37.153)."


A Linha de Apoio à Vítima da APAV é 116 006 – dias úteis, das 08h00 às 23h00 – chamada gratuita e confidencial.

A violência contra mulheres e crianças é um problema alarmante que exige ações concretas e urgentes, tanto a nível coletivo quanto individual. Aprender técnicas de defesa pessoal é mais do que adquirir habilidades físicas: é um ato de empoderamento, autoconfiança e prevenção. Embora a responsabilidade nunca recaia sobre as vítimas, a capacidade de reconhecer situações de risco e reagir de forma eficaz pode fazer toda a diferença. Ao investir na sua própria segurança, cada pessoa não apenas protege a si mesma, mas também contribui para uma sociedade mais consciente e resiliente. Juntos, podemos combater a violência e construir um futuro mais seguro para todos.

AUTODEFESA.PT


* Fonte: APAV / Rita Silva Avelar