Quando o tema é a protecção dos filhos, ninguém poupa a esforços para garantir a segurança dos seus bens mais preciosos. Mas, como podemos proteger os nossos filhos sem os sufocar?
É necessário dar liberdade suficiente à criança para que ela se possa desenvolver emocionalmente para que venha a ser um adulto autónomo e capaz. Não queremos criar crianças totalmente desconfiadas, inseguras e medrosas e, por isso, este assunto deve ser abordado com calma e sem exageros. O principal ponto a ter e mente quando se fala com a criança sobre este perigo é basear a conversa no amor, no carinho, no cuidado, no conhecimento, e não no medo. É essencial explicar que o corpo da criança é só dela e que ninguém tem o direito de mexer nele. Ensine-lhe os nomes das diferentes partes do corpo e distinga também que partes são públicas e quais são íntimas.
Fale-lhes também dos potenciais perigos, responda às suas questões e esclareça potenciais dúvidas que vão surgindo. É importante que as crianças sintam que podem falar consigo sobre qualquer coisa, sem ter vergonha. Se a criança se sentir em segurança, a confiança em si irá aumentar e, caso haja algum problema, o canal de comunicação entre pais e filhos estará a funcionar correctamente.
Uma das regras mais básicas é ensinar as crianças a não confiar em estranhos, dê-lhes confiança e segurança nelas próprias para que saibam dizer “não” quando se sentem desconfortáveis com uma pessoa ou situação, reconhecendo os limites. Porém, sabemos pelos números que, na maioria dos casos, o agressor é uma pessoa conhecida e próxima da criança. Saiba com quem deixa os seus filhos e, se a criança disser que não gosta de alguém com quem estejam regularmente, tente descobrir o motivo. Preste atenção ao seu estado de espírito e veja se, quando a criança volta de uma situação com adultos se lhe conta com desenvoltura o que fizeram, o que a criança gostou, etc. Fique atento a comportamentos estranhos na criança, tal como mudanças para atitudes mais agressivas, depressivas, se a criança se isola, se evita determinada pessoa ou ambiente ou, mais visíveis, se tem marcas de agressão no corpo. Estes sinais podem ser reveladores de situações de abuso.
Para além destes cuidados a ter no dia a dia, é necessário que a criança compreenda que os perigos não estão só na rua e que a internet pode, na maioria das vezes ser o principal canal de contacto dos abusadores. Ensine o seu filho a usar a internet e estabeleça horários e regras de utilização do computador. Explique-lhes a importância de saber o que podem e o que não devem partilhar nas redes sociais. Colocar o computador num lugar comum da casa, como a sala, pode ser uma boa solução para que fique mais atento aos sites que as crianças visitam. Estes são apenas alguns conselhos que deve seguir de forma a educar a criança de forma a que esta saiba identificar situações de risco. Há que ter em mente que acreditar no seu filho se ele se queixar que está a ser vitima de abusos é muito importante. Oiça-o e faça-o sentir-se me segurança e que não deve ter vergonha. Depois, deve denunciar à policia o sucedido.
É essencial que, se souber ou suspeita de algum caso de abusos sexuais ou crimes deste tipo na internet denuncie o caso de imediato!